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16 de maio de 2016 - 10:57 | Geral

Mães guerreiras e invencíveis

Mães guerreiras e invencíveis

Muitos são os exemplos a contar das mulheres que participam da RFCC de Xanxerê, mas nessa data especial são Elas que explicam de onde veio à força para enfrentar a doença.

Amor de mãe, somente quem já é uma pode exatamente saber o que é. O filho está em primeiro lugar em todas as situações e elas querem sempre vê-los ainda melhor. O sorriso, a lágrima, a primeira palavra, o primeiro passo, o primeiro dia na escola e todos os avanços dos pequenos são motivos de muito orgulho para essas mulheres.

Mas, e quando essas mamães são pegas de surpresa por algo que pode deixa-las muito abaladas exatamente em um momento tão sublime quanto o de ser mãe? Duas mães que participam da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê e que descobriram o câncer em um desses momentos maravilhosos contam como foi a superação junto desses também pequenos guerreiros.

“Eu estava amamentando e senti um caroço no seio e na hora pensei em câncer de mama, mas meu marido disse que deveria ser leite empedrado. Eu comecei a chorar e a minha filha de dois anos e oito meses ficou pedindo o que aconteceu e parei de chorar. O que me segurou em pé era olhar para ela e ver ela me chamando, porque senão não teria condição de suportar tudo aquilo. Ela fazia carinho e eu pensava: eu tenho que vencer por ela. Minha família, meu marido me ajudaram, mas ela compartilhou tudo comigo. Quando eu fiz a cirurgia, ela ajudava a ir ao banheiro, ajudava a segurar o dreno, tudo ela queria ajudar. Ela fez parte em tudo, inclusive com as perucas. O dia em que a médica disse que teria de parar de amamentar foi horrível. Aquela noite foi a mais triste das nossas vidas, porque eu chorei a noite inteira, ela chorou e meu marido chorou com ela no colo. Foi desesperador, porque ela colocava as mãozinhas juntas e pedia: por favor, mamãe, só um pouquinho de mama você me dá e chorava. Para mim foi o fundo do poço.

Fui explicando que não podia amamentar, porque o leite estava estragado, que tinha dodói e ela foi entendendo. Depois preparei ela para quando iria fazer as quimioterapias, mostrava fotos de mulheres carecas, dizendo que iria cortar o cabelo igual. Então quando aconteceu de ficar careca foi tranquilo. Ela foi guerreira comigo, porque eu chorava e ela vinha fazer carinho e dizer para não chorar. Eu tinha que viver por ela e não podia fraquejar.”
Elizandra Menegotto

“Depois de engravidar, o nódulo do pescoço em que os primeiros exames deram normais, começou a aumentar e doer. Foi então que em uma pulsão o médico conseguiu coletar material e que sugeriu malignidade. Com o resultado tive o diagnostico do Linfoma de Hodgkin. Eu já estava de quatro meses de gestação. Na hora do diagnóstico bateu um desespero, porque não sabíamos se ia interferir na gestação e no desenvolvimento da bebê. Tive que me afastar do trabalho e foi difícil aceitar abandonar minha profissão mas eu tinha que pensar em minha filha. Eu sempre conversava com ela dizendo que logo ia terminar e que a mamãe ia ficar boa e ela viria com saúde. Com o decorrer da gestação o linfoma foi aumentando. Apareceram muitos linfonodos pelo pescoço e a médica me deu medicação para tentar retardar a evolução. Porém, quando fui para o quarto ciclo de medicação tive que marcar a cesárea. Ela pesou 2,700kg e tinha 45 cm. Forte, todos os testes deram bons. Pudemos respirar mais aliviados pois nossa pequena venceu esta batalha. Tive depressão pós-parto e em 15 dias após a cesárea estava começando a quimioterapia. Conciliar os cuidados com a pequena Alessandra, com o filho mais velho Kauan e mais o tratamento não foi fácil. Mas tive muita ajuda de meu marido, pais e amigos que ficavam com eles quando eu estava debilitada. Meu coração doía, porque eu queria ficar em tempo integral com ela. Mas com o passar do tratamento eu vi que precisava de toda ajuda possível. Durante todo este percurso, eu sabia que precisava me manter forte por eles. Eu sempre digo que meus filhos foram minha fonte de força. Por eles eu lutei e até camuflei mal estar pra dar atenção e fazer as coisas com eles. Somente de ver o sorriso deles, receber o carinho me fortalecia e sabia que logo terminaria.”
Stefanie Zerbinati de Oliveira